O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, concedeu importante entrevista ao site suisso swissinfo.ch, em que sublinha a relevância económica das comunidades portuguesas no exterior.
É dela que extraimos este trecho:
"O que podemos apurar, do ponto de vista estatístico, são as remessas feitas pelos portugueses para Portugal. Até junho de 2010, esse valor seria de mil milhões de euros. Isso significa 0,65% do PIB. Já foi mais no passado, quando esse valor rondou o 1,5% do PIB, o que é muito relevante. Estamos falando aqui de remessas líquidas.
Mas temos de levar em conta outros tipos de valores que não são contabilizados em dinheiro. São negócios, parcerias na área de internacionalização da própria economia, acordos e parcerias com empresas nacionais, importação ou exportação, etc. O seu peso é sempre muito positivo, mas achamos que poderia ser muito mais.
De fato, essa diáspora tem uma dimensão e, sobretudo, uma diversificação planetária - ou seja, ela está presente em todas as partes do mundo. Por exemplo: identificamos 120 mil empresas no estrangeiro que são de propriedade, ou maioria de propriedade e capital de portugueses que estão no estrangeiro; delas, 20 mil são grandes empresas.
Esse é um potencial que Portugal nunca explorou - talvez por preconceito interno frente ao afastamento dos portugueses que estão lá fora - e que, em minha opinião, está subaproveitado. Esse potencial da comunidade portuguesa no exterior pode e deve ajudar mais economia nacional.
Se essas pessoas insistem em continuar a crescer portugueses, elas estarão disponíveis - com programas apropriados - a poderem investir em Portugal. Isso não significa desinvestir dos projetos que têm lá fora, mas sim incluir Portugal na rota desses investimentos e dessas oportunidades para facilitar a internacionalização da própria economia e das empresas portuguesas.
Por esse preconceito ser real, nunca houve uma política pública dirigida para esse sector. Este governo criou um programa chamado Netinvest, que procura responder as questões que levantei agora. Com isso criamos uma espécie de via verde para favorecer o investimento em Portugal, informando sobre as facilidades, oportunidades e estímulos para ele. Criámos também condições para que empresas portuguesas possam conhecer as empresas desses outros portugueses que estão lá fora, e com isso, eventualmente, beneficiar-se de uma plataforma para chegar melhor a este ou aquele continente já tendo um interlocutor que fale a sua língua."
Nenhum comentário:
Postar um comentário