Por detrás do investimento directo de 40 milhões num resort de luxo, o grupo português crioou emprego e conseguiu o saneamento da freguesia
O resort Vila Galé Cumbuco é o primeiro numa zona que estava completamente arredada do circuito turístico no nordeste brasileiro
Muito antes da abertura do resort, inaugurado há pouco tempo, o grupo português Vila Galé já era a melhor coisa que alguma vez aconteceu a este vilarejo do município de Caucaia, no nordeste brasileiro. Quando estiver em velocidade de cruzeiro, a vila piscatória bem pode dar o nome do presidente do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, a uma das suas ruas.
"Fizemos tudo para que a Vila Galé se implantasse em Caucaia", admite Washington e Góis, prefeito do município que conseguiu dar a volta a um projecto que parecia impossível. O grupo português esteve 3,5 anos à espera de autorização para construir, e só não desistiu porque acreditava no conceito: "Houve muito sofrimento", confessa Jorge Rebelo de Almeida.
E dinheiro. O grupo Vila Galé investiu directamente 40 milhões de euros no empreendimento, cuja principal novidade é o spa médico Satsanga (ver texto ao lado). Além disso, as ambições dos Rebelo de Almeida vão bem além do Vila Galé Cumbuco: a ideia é construir condomínios residenciais em volta e vender os terrenos restantes a duas ou três cadeias de resorts, que ajudem a elevar o Cumbuco a destino turístico e incentivem a criação de pacotes turísticos nas agências de viagens. Por outro lado, está previsto o desenvolvimento de um campo de golfe de nove buracos, que avança no final de 2011.
Para os 1346 habitantes da freguesia do Cumbuco, que vivem de chinelo no pé o ano todo, a Vila Galé foi uma espécie de Messias. "Conseguimos o saneamento do Cumbuco e a iluminação de praia por causa disso", confirma Washington de Góis, acrescentando que foi dada autorização para recuperar estradas velhas para dar acesso ao resort.
Só nestas intervenções serão gastos 52 milhões de reais (perto de 22 milhões de euros), um milhão (440 mil euros) dos quais na iluminação. "Isso vai gerar divisas e empregos, nós capacitamos os funcionários", diz ainda. O prefeito de Caucaia era um homem profundamente agradecido, que não escondeu a sua admiração por Rebelo de Almeida durante a badalada inauguração do resort.
Para garantir que o projecto ia para a frente, a Prefeitura deu vários incentivos fiscais ao grupo, incluindo a redução ou isenção de alguns impostos. Ainda assim, Jorge Rebelo de Almeida admite que o retorno será a longo prazo: dez a 12 anos.
Nos recursos humanos o impacto do projecto foi enorme: o Vila Galé dá emprego directo a 270 pessoas, todas naturais do Cumbuco ou de Fortaleza. "É uma obra audaciosa", atira Davi Perez de Sales, um auditor que começou a trabalhar com o grupo há menos de dois meses. Além dos empregos directos, o grupo deu formação a mais de 500 pessoas, por uma questão de absentismo: segundo explica Gonçalo Rebelo de Almeida, director de marketing do grupo, é raro o dia em que não faltem pessoas ao serviço. Por isso, é sempre preciso ter funcionários a mais.
O apelo do Cumbuco é sobretudo a sua geografia especial: a região é atravessada por dunas - óptimas para passeios vertiginosos de buggy, ventos fortes que são as delícias dos amantes de desportos náuticos, com o kitesurf à cabeça, e temperaturas que nunca baixam dos 25 graus o ano todo. Qualquer habitante da região confirma: não se compram casacos nesta zona, a não ser que sejam de ganga para proteger dos fortíssimos ares condicionados.
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