Azeite, bacalhau e peras. Estes produtos constituem o grosso das exportações portuguesas para o Brasil. É o chamado "mercado da saudade". Mas Portugal pode exportar bastante mais do que isso, como mostra um estudo realizado para FUNCEX /Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, sediada no Rio de Janeiro, para a Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil.
Essa análise mostra que os 205 artigos com maior potencial de exportação de Portugal para o Brasil corresponderam (em 2006-07, últimos dados disponíveis quando o estudo foi feito) a 20,7% das exportações de Portugal e a 16,1% das importações brasileiras No entanto, Portugal só detinha 0,4% do mercado desses produtos no Brasil.
O estudo pretende fazer uma radiografia de cada produto e perceber porque não chegam ao Brasil. Questão de preço? Qualidade? Logística? Financiamento? Seguro de crédito? Do total dos 205 artigos listados, Portugal só figura entre os cinco primeiros fornecedores em relação a 15. E só é o segundo quanto ao bacalhau com 6,2% do mercado, contra os 85% da Noruega.
Primeiro a Ásia depois a União Europeia
De facto, depois da Ásia (China e Japão), são frequentemente os países da União Europeia (Alemanha e Itália) os maiores fornecedores desses produtos ao Brasil. Isto significa que não têm uma vantagem competitiva em relação a Portugal no que se refere à proximidade geográfica, preferências comerciais, taxas de juro ou de câmbio, conclui o trabalho.
Entre os artigos que os brasileiros identificam 'com potencial' estão os veículos e peças, máquinas e instrumentos mecânicos, produtos de plástico, máquinas e materiais elétricos, produtos alimentícios e de metais não-ferrosos, fios e fibras, artigos de vestuário, papel ou couros e peles (ver lista completa no final do texto)
Diz o estudo que se fosse possível duplicar a parte de mercado de Portugal nas importações brasileiras, as exportações cresceriam 340% (no caso, em relação à média de 2007-08, que serviu de base ao citado trabalho).
Para se atingir tal meta, o Brasil propõe-se sensibilizar os importadores brasileiros, "ajudando-os a identificar a oportunidade para importarem melhor", como disse o embaixador brasileiro em Portugal, Mário Vilalva.
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