segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A ORIGEM DO CARNAVAL NO BRASIL É PORTUGUESA

Portugueses levaram o Entrudo para o Brasil. dando origem à tradição do Carnaval

  Entrudo no Brasil - Gravura de Debret

Oh! abre ala!
Que eu quero passá,
Estrêla d’Arva
do Carnavá!!

Os especialistas afirmam que as origens do Carnaval se perdem na antiguidade greco-romana, tendo chegado ao Brasil por volta de 1855. A cidade do Rio de Janeiro foi a sua porta de entrada, e ali misturou-se com um outro folguedo já bastante popular por essas bandas naquela época, o “Entrudo“, que para aqui fôra trazido pelos portugueses ainda em tempos coloniais.

Segundo Alexandre José De Melo Morais Filho (1884-1919), poeta, prosador e historiógrafo baiano de tempos idos, grande estudioso das tradições e festas populares do Brasil, “para descobrirmos as nascentes do Entrudo é necessário supreendermos os antigos navegadores portugueses nas suas narrativas de viagem da Índia para os Açores, onde esta festa pública, que se celebrava anualmente no Pegu [hoje Tailândia], foi introduzida, passando-se daquele arquipélago para o Brasil com os primitivos colonos“.

É, portanto, no Entrudo que devemos situar as origens do Carnaval no Brasil. A pesar da estranha sonoridade da expressão , é curioso observar o quanto ela, de facto, traduz o significado desse folguedo que adquiriu grande importância como festa popular no Brasil.

Do Latim “introitus“, que significa entrada, acesso, o Entrudo refere-se a entrada na Quaresma, que o sucede na “Quarta-Feira de Cinzas”. O “dia de Entrudo” era equivalente a “dia de Carnaval“. A sisudez e a inaCção habituais na vida de homens e mulheres eram substituídas pela extroversão e alegria. Era como se houvesse uma espécie de determinação para compensar, pelo divertimento, um período de recolhimento e introspecção que viria logo depois com a Quaresma.

Entre o Carnaval e o Entrudo havia grandes diferenças. Como bem relembrou Machado de Assis em um conto curto chamado “Um Dia de Entrudo”, de 1874, em vez de máscaras, que caracterizavam o primeiro e ainda hoje são o seu símbolo predominante, “brilhavam os limões de cheiro, as caçarolas d’água, os banhos, e as várias graças que foram substituídas por outras não sei se melhores se piores”.
Publicado pela Embaixada de Portugal

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