CIDADES E REGIÕES - NAS ROTAS DA LUSOFONIA.
Continuamos hoje, com a segunda publicação, o ciclo de "Nas Rotas da Lusofonia", iniciado em 9 de Dezembro de 2010, sobre MACAU, na China. Hoje, esta série não sequencial de postagens sobre cidades/Regiões turísticas localizadas nas Rotas da Lusofonia continua na Ásia, numa região que também se destaca por suas características únicas da fusão sincrética entre as culturas indiana e portuguesa.
Trata-se de uma região de grandes belezas naturais e edificadas que constituem patrimônio histórico valioso, a atestar quanto de excepcionalmente notável foi conseguido por um pequeno país situado no extremo ocidente da Europa - Portugal - ao iniciar no século XV e XVI, a maior aventura marítima de expansão comercial e territorial da história da humanidade, tendo-se tornado no maior Império Mundial no século XVI, sendo então um estado-nação com pouco mais de um milhão de habitantes, que realizou pela primeira vez na história da humanidade a Primeira Grande Globalização Planetária, com presença e domínios em todos os continentes.
Pode, por isso, afirmar-se que se o Renascimento Europeu Cultural - Artístico esteve mais representado por países como a Itália (com as suas Repúblicas-Estados), a França, a Holanda, O Renascimento científico, e também Cultural, e o Mercantilistmo económico que tornou a Europa poderosa, foi liderado primeiro pelos portugueses e, só depois, pelos espanhois.
Mas o que não é menos notável e singular, foi a forma como o colonialismo português conseguiu introduzir uma cultura sincrética de diálogo integrador com as culturas locais e regionais dos 4 continentes, em que a arquitectura, as artes, os ofícios e as ciências, passando pelos modos de vestir, os hábitos e comportamentos, a culinária e, principalmente, a introdução e expansão da própria língua portuguesa, contribuiram para a edificação de uma unidade sincrética forte que ainda hoje, apresenta indeléveis e marcantes vestígios mesmo no longínquo oriente.
Goa, Damão e Diu e outras cidades da Índia e outros países orientais, que se constituem como Rotas da Lusofonia são fascinantes destinos turísticos não só de grande beleza como de interesse histórico e cultural e possuem estruturas hoteleiras e outros atrativos, como cidades/regiões, que recomendamos devam ser visitadas e onde investimentos e negócios apresentam um grande potencial de bom retorno.
Na próxima publicação de "Nas Rotas da Lusofonia", viajaremos até Timor, com breves apontamentos sobre a Indonésia e a Austrália, também viajadas pelos portugueses, como primeiros ocidentais a chegarem ali. Depois, na publicação seguinte desta série, mudaremos de continente e viajaremos pelo Brasil, começando pelo Estado do Rio Grande do Norte e pela sua capital, Natal, por ter sido esta região do Brasil a ser viajada em primeiro lugar pelos navegadores portugueses.
Trata-se de uma região de grandes belezas naturais e edificadas que constituem patrimônio histórico valioso, a atestar quanto de excepcionalmente notável foi conseguido por um pequeno país situado no extremo ocidente da Europa - Portugal - ao iniciar no século XV e XVI, a maior aventura marítima de expansão comercial e territorial da história da humanidade, tendo-se tornado no maior Império Mundial no século XVI, sendo então um estado-nação com pouco mais de um milhão de habitantes, que realizou pela primeira vez na história da humanidade a Primeira Grande Globalização Planetária, com presença e domínios em todos os continentes.
Pode, por isso, afirmar-se que se o Renascimento Europeu Cultural - Artístico esteve mais representado por países como a Itália (com as suas Repúblicas-Estados), a França, a Holanda, O Renascimento científico, e também Cultural, e o Mercantilistmo económico que tornou a Europa poderosa, foi liderado primeiro pelos portugueses e, só depois, pelos espanhois.
Mas o que não é menos notável e singular, foi a forma como o colonialismo português conseguiu introduzir uma cultura sincrética de diálogo integrador com as culturas locais e regionais dos 4 continentes, em que a arquitectura, as artes, os ofícios e as ciências, passando pelos modos de vestir, os hábitos e comportamentos, a culinária e, principalmente, a introdução e expansão da própria língua portuguesa, contribuiram para a edificação de uma unidade sincrética forte que ainda hoje, apresenta indeléveis e marcantes vestígios mesmo no longínquo oriente.
Goa, Damão e Diu e outras cidades da Índia e outros países orientais, que se constituem como Rotas da Lusofonia são fascinantes destinos turísticos não só de grande beleza como de interesse histórico e cultural e possuem estruturas hoteleiras e outros atrativos, como cidades/regiões, que recomendamos devam ser visitadas e onde investimentos e negócios apresentam um grande potencial de bom retorno.
Na próxima publicação de "Nas Rotas da Lusofonia", viajaremos até Timor, com breves apontamentos sobre a Indonésia e a Austrália, também viajadas pelos portugueses, como primeiros ocidentais a chegarem ali. Depois, na publicação seguinte desta série, mudaremos de continente e viajaremos pelo Brasil, começando pelo Estado do Rio Grande do Norte e pela sua capital, Natal, por ter sido esta região do Brasil a ser viajada em primeiro lugar pelos navegadores portugueses.
Goa é um estado da Índia. Situa-se entre Maharashtra a norte e Karmataka a leste e sul, na costa do Marda Arábia, a cerca de 400 km a sul de Bombaim. É o menor dos estados indianos em território e quarto menor em população, e o mais rico em PIB per capita da Índia.
A sua língua oficial é o concani, mas ainda existem pessoas neste estado que falam português, devido ao domínio de Portugal na região por mais de 400 anos. As suas principais cidades são Vasco da Gama, Panaji (ou Pangim, antigo nome português), Margão (Madgaon, pronúncia aproximada em concanim) e Mapusa. Goa, a partir de 1510, foi a capital do Estado Português da Índia, tendo sido integrada pela força na União Indiana em 1961
As suas igrejas e conventos encontram-se classificadas como Património da Humanidader pela UNESCO.
Antecedentes
A primeira referência a Goa data de cerca de 2200 a.C., em escrita cuneiforme da Suméria, onde é chamada Gubio. Formada por povos de diferentes etnias da Índia, a influência dos sumérios aparece no primeiro sistema de medidas da região.Por volta de 1775 a.C. os Fenícios estabeleceram-se em Goa.
No período Védico tardio (1000-500 a.C.) é chamada, em sânscrito, Gomantak, que significa "terra semelhante ao paraíso, fértil e com águas boas". O Mahabharata conta que os primeiros arianos que chegaram a Goa eram fugitivos da extinção, pela seca, do rio Saraswati, noventa e seis famílias que chegaram por volta de 1000 a.C. A eles se uniram os Kundbis vindos do sul, para, durante 250 anos, resgatar solo do mar, aumentando o espaço fértil entre este e as montanhas.
Cerca de 200 a.C. Goa tornou-se a fronteira sul do império de Ashoka: os dravidianos tinham sido empurrados para o sul pelos arianos, como refere a Geografia de Estrabão. Por volta de 530-550, Goa é citada como um dos melhores portos do Industão, sendo chamada de Sindabur, Chandrapur ou Buvah-Sindabur pelos árabes e turcos.
Depois do império Maurya (321-185 a.C.) Goa foi disputada por vários impérios em batalhas sangrentas. Por volta do século X Goa, então concentrada em torno do rio Zuari, prosperou pelo comércio com os árabes. Em 1347 caiu sob domínio islâmico e muitos templos a deuses hindus foram destruídos.
Presença portuguesa
Goa foi cobiçada por ser o melhor porto comercial da região. A primeira investida portuguesa deu-se em 1510, de 4 de Março a 20 de Maio. Nesse mesmo ano, em uma segunda expedição, a 25 de Novembro, Afonso de Albuquerque, auxiliado pelo corsário hindu Timoja, tomou Goa aos árabes, que se renderam sem combate, por o sultão se achar em guerra com o Decão. Nesse período, um cronista português descreve Goa, no período de 1512-1515:
- "Os gentios do reino de Goa são mais válidos que os do reino de Camboja. Têm formosos templos seus neste reino, têm sacerdotes ou brâmanes de muitas maneiras. Há entre estes brâmanes gerações muito honradas deles, não comem coisa que tivesse sangue nem coisa feita por mão de outrem (…). As gentes do reino de Goa por nenhum tormento não confessarão coisa que façam. Sofrem grandemente e soem ser atormentados de diversos tormentos. Antes morrem que confessar o que determinaram calar. E as mulheres de Goa são jeitosas no vestir, as que dançam e volteiam o fazem com melhor maneira que todas as destas partes. (…) E costuma-se grandemente neste reino de Goa, toda mulher de gentio queimar-se por morte de seu marido. Entre si têm todos isto em apreço e os parentes dela ficam desonrados quando se não querem queimar e eles com admoestações as fazem queimar. As que de má mente recebem o sacrifício e as que de todo ponto não se queimam ficam públicas fornicárias e ganham para as despesas e fábricas dos templos donde são freguesas. Este gentios têm cada um uma mulher por ordenança, e muitos brâmanes prometem castidade e sustêm-na sempre. Nos outros portos de Goa se carrega muito arroz, sal, bétele, areca." (A 'Suma Oriental' de Tomé Pires. (Ed. Armando Cortesão, 1978. p. 212-218.)
- "[Goa] é habitada de muitos mouros honrados, muitos deles estrangeiros de muitas partidas. Eram homens brancos, entre os quais, além de muito ricos mercadores que aí havia, eram outros lavradores. A terra por ser muito bom porto, era de grade trato, onde vinham muitas naus de Meca e da cidade de Adem, Ormuz, de Cambaia e do Malabar (…). É a cidade mui grande, de boas casas, bem cercada de fortes muros, torres e cubelos; ao redor dela muitas hortas e pomares, com muitas formosas árvores e tanques de boa água com mesquitas e casas de oração de gentios. A terra é toda arredor muito aproveitada (…). Neste porto de Goa há grande trato de muitas mercadorias de todo o Malabar, Chaul e Dabul, do grande reino de Cambaia, que se gastam para a terra firme. Do reino de Ormuz vem aqui cada ano muitas naus carregadas de cavalos, os quais vêm aqui comprar muitas mercadorias do grande reino de Narsinga e Daquem, e compram cada um a duzentos e trezentos cruzados e segundo é, e vão-nos a vender aos reis e senhores aqui das suas terras, e, todos, uns e outros, ganham nisso muito e assim el-rei nosso senhor, que de cada cavalo tem quarenta cruzados de direitos." (Livro que dá relação do que viu e ouviu no Oriente Duarte Barbosa. (Lisboa: Ed. Augusto Reis Machado, 1946. p. 89-91.)
A partir de meados do século XVIII verifica-se um alargamento dos territórios de Goa, que passam a integrar as "Novas Conquistas".
Apesar de, com a chegada da Inquisição (1560-1812, muitos dos residentes locais terem sido convertidos violentamente ao Cristianismo ameaçados com castigos ou confisco de terra, títulos ou propriedades, a maior parte das conversões foram voluntárias tendo muitos dos missionários que aí pregaram alcançado fama. Entre estes conta-se São Francisco Xavier, que ficou conhecido como o "Apóstolo das Índias" por ter exercido a sua missionação não só em Goa, mas também noutros pontos da Índia, como Uvari que não se encontravam sob domínio Português.
A decadência do porto no século XVII foi conseqüência das derrotas militares dos portugueses para a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais dos Países Baixos no Oriente, tornando o Brasil e, mais tarde, no século XIX, as colónias africanas, o centro econômico de Portugal. Houve dois curtos períodos de dominação britânica (1797-1798 e 1802-1813) e poucas outras ameaças externas após este período.
Durante o domínio britânico na Índia, muitos habitantes de Goa emigraram para Mumbai, Calcutá, Puna, Karachi e outras cidades. O isolamento de Goa diminuiu com a construção das vias férreas a partir de 1881, mas a emigração em busca de melhores oportunidades econômicas aumentou.
Em 1842 foi fundada a Escola Médico-Cirúrgica de Goa que formou médicos que viriam a exercer em todo o Imério Português.
Em 1900 Goa teve seu primeiro jornal bilíngüe gujarati-português.
A independência da Índia
No contexto da descolonizaç, após os ingleses terem deixado a Índia (1947) e os franceses Pondicherry (1954), o governo português, liderado por António de Oliveira SALAZAR, recusou-se a negociar com a Índia. Por essa razão, de 18 para 19 de Dezembro de 1961 uma força indiana de 40.000 soldados conquistou Goa, encontrando pouca resistência. À época, o Conselho de Segurança da ONU considerou uma resolução que condenava a invasão, o que foi vetado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A maioria das nações reconheceram a acção da Índia, mas Portugal apenas a reconheceu após a Revolução dos Cravos em 1974.
A parte urbana de Goa denomina-se actualmente Pangim (também Panjim ou Panaji). Apenas a parte histórica da cidade, hoje pouco habitada, conserva o nome antigo.
Compilação e texto:
Carlos Morais dos Santos
Fontes de pesquiza:
Internet, Google, Wikipédia, YouTube, Fundação Oriente
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