Para especialistas, Ceará deve passar ileso pela crise econÓmica e política de Portugal. O país tem mil empresas instaladas no Ceará, mantém uma relação íntima com o Estado, e é a segunda nação que mais envia turistas para cá - cerca de 60 mil por ano.
O Ceará é o Estado do Brasil que recebe o segundo maior investimento de Portugal em número de empresas – cerca de mil empreendimentos – atrás apenas de São Paulo.
De acordo com o presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil, Rômulo Alexandre, o motivo da forte relação é que o Ceará oferece potencial para as duas áreas em que os portugueses mais investem atualmente: turismo e geração de energia.
O diretor de energias renováveis da Câmara Brasil Portugal, Armando Abreu, afirma que os investimentos nas centrais eólicas a serem implantadas no Ceará tiveram recursos captados no Brasil, do BNB, BNDES e SUDENE.
Os investimentos da Energia de Portugal (EDP), sócia da MPX no Brasil, teve a maior parte do financiamento captado no Brasil e também sairá ilesa da crise, segundo Rômulo Alexandre. “O financiamento é feito aqui, os equipamentos estão aqui. Aparentemente não será atingida por essa situação a curto prazo”, diz.
As empresas que recorrem a financiamentos portugueses, no entanto, devem sofrer redução de liquidez por conta do agravamento da crise. “Ainda não conseguimos identificar se isso vai efetivamente ocorrer, mas é uma possibilidade”, afirma Alexandre. Entre essas empresas, as menores devem sofrer mais com a crise, diz Alexandre.
Oportunidades
A forte crise em Portugal pode gerar no Ceará oportunidades de investimentos. Com a falta de crédito do outro lado do Atlântico, as empresas devem recorrer a financiamentos em outros pontos do globo. Nesse sentido, o presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil, Rômulo Alexandre, acredita que os holofotes estarão voltados para o Brasil. “A situação de crise obriga a busca de mercadoS mais estáveis. Nesse contexto, o Brasil, o Nordeste em especial, tem chamado a atenção de empresas portuguesas e espanholas.”
Por outro lado, o real valorizado em relação ao euro (cotado em R$ 2,35) é um cenário vantajoso para empresas se instalarem na Zona do Euro, foi o que fizeram Petrobras e Embraer. “Isso é uma forma de olhar a crise, as coisas lá na Europa estão mais baratas. Para as empresas brasileiras fazerem negócio na Europa é bom momento”, diz Rômulo
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