A construção e o imobiliário no Brasil estão a viver um bom momento e muitas empresas portuguesas já estão a partilhar deste crescimento. É o caso da Lena Brasil, da Teixeira Duarte Imobiliária e da Bascol Imobiliária que, apesar de já terem actividade no Brasil, estão a beneficiar do impulso que o Governo antes presidido por Lula da Silva deu ao sector com o programa "Minha Casa, Minha Vida". Um projecto lançado em Abril de 2009, com o qual se pretende investir 18,3 mil milhões de euros (34 mil milhões de reais) na construção de um milhão de casas novas para famílias cujo rendimento seja de até 10 salários mínimos.
De acordo com o presidente da Lena Brasil, José Castelo Branco, o portfólio da empresa estava concentrado na classe média, "mas ampliámos recentemente a nossa intervenção nos segmentos D e E". Com actividade em Salvador da Bahia, a LizConstruções - da Lena Brasil - lançou em Outubro com o Residencial Mário Cravo, um condomínio fechado de três torres de 14 andares com 252 apartamentos T2 e T3.
Também a Bascol, que estava desde 2008 a desenvolver habitação para a classe média/alta em Curitiba, está agora a fazer casas para as classes mais baixas na mesma localidade. Mas há mais. A MonteAdriano e a Ongoing Brasil (que pertence ao grupo Ongoing, proprietário do Diário Económico) também já mostraram interesse em participar no programa do governo. A Ongoing Brasil está a estudar o investimento numa fábrica para construção de moradias pré-fabricadas.
Brasil precisa de 6,2 milhões de casas
Além do "Minha Casa, Minha Vida", segundo o estudo Imobiliário Brasil 2010, elaborado pela Prime Yield Brasil, existe ainda um potencial de negócio "relacinado com o défice habitacional de 6,2 milhões de casas" e ainda com "a necessidade adicional de construção de mais 1,4 milhões de unidades por ano", consequência do aumento do número de famílias, principalmente da classe média.
De acordo com a consultora, a região Sudoeste, onde se localizam cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, é a que regista o maior défice habitacional, de cerca de 2,3 milhões de moradias, 37,2% do total. Segue-se o Nordeste, em cidades como Fortaleza, Recife e Salvador, com 2,1 milhões de unidades, que representa 34,2%.
A Teixeira Duarte, o Banif e o BES são algumas das empresas portuguesas que estão atentas a estas necessidades e, desde há alguns anos, que investem em habitação no Brasil. Primeiro para a classe alta, mas agora também para a nova classe média.
Por exemplo, a Teixeira Duarte lançou em Outubro de 2009, no Estado de São Paulo, o Quartier Vila Mascote, com 212 unidadese e está também a desenvolver o empreendimento Casa do Governador, em Porto de Galinhas. Em três anos, a construtora portuguesa lançou para o mercado 704 unidades em quatro empreendimentos.
Empresas portuguesas a investir no Brasil
Lena Brasil
O primeiro projecto da Lena para o "Minha Casa, Minha Vida" foi lançado no Estado da Bahia, diz José Castelo Branco, presidente da Lena Brasil. O condomínio fechado Residencial Ecoville tem 486 T2 com 54 m2 e fica pronto em Fevereiro de 2011.
TD Imobiliária
Em 2009 a Teixeira Duarte iniciou a construção de dois empreendimentos, o Family Santana e o Verdi Alto de Pinheiro, num total de cerca de 90 mil m2. Em Outubro arrancou a construção do Quartier Vila Mascote, com cerca de 45 mil m2.
Bascol Brasil
A Bascol está agora a fazer casas para a classe média no âmbito do "Minha Casa, Minha Vida" de Curitiba. De acordo com o administrador da empresa, Luís Brito e Faro, está previsto gerar um volume de negócios de 295 milhões de euros até 2015.
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