sexta-feira, 5 de março de 2010

Cimpor assina acordo no Brasil com o CADE

A cimenteira portuguesa Cimpor assinou um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE), do Brasil, para preservar a possibilidade de reverter a operação de concentração que resulta da tomada de mais de metade do capital da cimenteira portuguesa pelos grupos brasileiros Camargo Corrêa e Votorantim.

A empresa portuguesa subscreveu um Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação (APRO), pelo qual se compromete a manter o "status quo" das operações da sua subsidiária no mercado brasileiro até que haja uma decisão final pelo CADE sobre a tomada de controlo da Cimpor por parte da Votorantim Cimentos e da Camargo Corrêa.

Segundo um comunicado divulgado pela Cimpor junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), também a Votorantim e a Camargo Corrêa assinaram acordos idênticos com o CADE.

Depois de a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ter lançado uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Cimpor, operação que viria a falhar, a Camargo Corrêa e a Votorantim avançaram para a compra de várias participações na cimenteira portuguesa.

A Camargo Corrêa passou a deter 28,6% dos direitos de voto na Cimpor, enquanto a Votorantim pode votar com 30,8%, o que inclui os 21,2% do capital que detém directamente e os 9,6% que são propriedade da Caixa Geral de Depósitos, com quem a Votorantim firmou um acordo para-social.

Mas a operação levantou preocupações no Brasil. O CADE irá analisar as restrições à concorrência que poderão surgir com a tomada do controlo da Cimpor por duas companhias brasileiras com interesses coincidentes.
Volume de negócios da Cimpor no Brasil subiu 6,5% em 2009
 
A Cimpor fechou 2009 com um volume de negócios de 427,4 milhões de euros no Brasil, valor que corresponde a um crescimento de 6,5% na comparação com o ano anterior, segundo as contas divulgadas pela cimenteira portuguesa.

O Brasil é actualmente o segundo maior mercado da Cimpor, cujo volume de negócios global ascendeu a 2,08 mil milhões de euros em 2009, quase inalterado face às receitas obtidas no ano 2008. Apenas em Portugal a Cimpor factura mais: foram 448,8 milhões de euros em 2009 (queda de 17,9%).

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