Pode-se afirmar que a participação do Português teve início com o usufruto dos produtos e a revelação das potencialidades para lhes atribuir “valor de troca”. Porém, para o uso dos alimentos que encontrava nas regiões onde chegava, a maior contribuição foi o sentido universalista que deu à mobilidade das espécies entre continentes e ao reconhecimento de saberes e de sabores, num comportamento desinibido de se apropriar dos modos de fazer.
É evidente que o português era portador de conhecimentos antigos e de práticas de cozinha enriquecidas pelos produtos atlânticos e índicos que manipulou por séculos, através de entrepostos, feitorias e ilhas.
O Português trouxe para o Brasil modos de explorar a cozinha: de preparar, dosar, confeccionar, temperar e conservar alimentos. Renovam-se os costumes alimentares com os novos produtos sempre ligados à transmissão de conhecimentos e experiências longínquas trazidas por viajantes com sotaques orientais, particularmente da Índia. Era corrente o uso e abuso de especiarias, de óleos e da malagueta, entre outros.
A maior parte dos cozinheiros eram serviçais europeus, ajudados por escravos. Estas relações produziram muitos conhecimentos e práticas que se transmitiram por várias gerações.
Com o estabelecimento da Corte Portuguesa no Brasil, a culinária vai europeizar-se, processo que se acentuará com a Independência.
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