A ViniPortugal, maior entidade representativa dos produtores de vinhos portugueses, quer conquistar a liderança de vinhos importados no mercado brasileiro, tido como “superprioritário”, com o crescimento das exportações a ultrapassar 3,6 milhões de euros só este ano.
“O Brasil é, efetivamente, um mercado prioritário para os vinhos de Portugal. Temos um programa montado para fazer mostras frequentes da variedade dos vinhos. Queremos alargar e sair dos eixos habituais”, disse Sónia Fernandes, representante da ViniPortugal para o Brasil.
No primeiro trimestre deste ano, as exportações para o Brasil cresceram 12 por cento, face ao mesmo período de 2009.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil indicam que as importações de janeiro a março totalizaram 4,66 milhões de dólares (3,66 milhões euros), com um volume de 1,2 milhões de litros de vinho que entraram no país.
Na lista dos vinhos mais consumidos pelos brasileiros, os vinhos portugueses ficam atrás apenas dos chilenos e argentinos, favorecidos pelo Mercosul nas questões fiscais e logísticas.
Na avaliação de Sónia Fernandes, estes dados colocam o Brasil como o sexto maior mercado de exportação dos vinhos de Portugal. A frente do Brasil está apenas Angola, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França.
“Se considerarmos que a Europa ainda é a grande consumidora dos próprios vinhos europeus, o Brasil encontra-se aí no quarto lugar no mundo em posicionamento de importador dos vinhos de Portugal”, acrescentou a representante da ViniPortugal.
No Brasil, a ViniPortugal está a realizar os ‘City Tastings’, eventos voltados para donos de restaurantes e formadores de opinião em seis capitais brasileiras: Belo Horizonte, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis.
“Portugal tem vinhos especificamente para o consumidor brasileiro. É um mercado que entende os vinhos, fala a mesma língua e existem laços culturais que transparecem para o vinho”, salientou Sónia Fernandes ao referir ser recente o consumo de vinho pelos brasileiros.
A multiplicidade de castas (cerca de 300), a excelência em tecnologia e a diversidade dos vinhos produzidos em terras portuguesas é o diferencial, argumenta o enólogo e proprietário da Quinta do Vale D. Maria no Douro, Cristiano Van Zeller.
“Portugal é um país de reduzidas dimensões, mas é o que tem a maior diversidade de castas, regiões, climas e solo. Nós somos únicos”, garantiu Van Zeller.
Segundo o enólogo e produtor de vinho, o mercado brasileiro não só está a descobrir o vinho como é “ávido de conhecimento”, com o consumidor brasileiro interessado e à procura de novidades.
“Tenho focado uma atenção muito especial no Brasil como um mercado superprioritário”, enfatizou.
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